Considerada uma doença crônica, a obesidade já é vista como um dos principais desafios da saúde pública global.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), existem mais de 18 milhões de pessoas obesas no país. Somando o total de indivíduos acima do peso, o montante chega a 70 milhões, o dobro de há três décadas.
A obesidade provoca inegável perda de qualidade de vida e tempo de vida. Tem impacto socioeconômico significativo com aumento do uso dos serviços de saúde e diminuição da capacidade produtiva.
Por isso, hoje nosso médico especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo, Dr. Eduardo Miguel Schmidt, preparou um conteúdo especial sobre as causas e fatores de risco para a obesidade, além do tratamento e tipos de cirurgia bariátrica mais recomendados para a condição.
Boa leitura!
O que é a obesidade?
Trata-se do excesso de gordura corporal em quantidade que determina prejuízos à saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o diagnóstico através do índice de massa corporal (IMC), que é calculado utilizando a altura e o peso do indivíduo (IMC = peso (kg) / altura (m)2).
Segundo a OMS, o peso normal é quando o IMC está entre 18,5 e 24,9, enquanto que a obesidade é o IMC acima de 30.
Dessa forma, são indicativos os obesos com Índice de Massa Corpórea de 40 kg/m2 ou de 35 kg/m2 ou mais associados a comorbidades.
Estima-se que, em 2030, 38% da população mundial tenha sobrepeso ( IMC >=25 kg/m2) e 20% obesidade (IMC >ou =30 kg/m2).
Quais as causas e fatores de risco para a obesidade?
A obesidade pode estar ligada à genética, à má alimentação ou, ainda, devido a disfunções endócrinas.
A ingestão de alimentos de fácil utilização, ultraprocessados, com alto valor calórico, ricos em açúcar, sal, e gordura e pobres em nutrientes são um dos principais fatores de risco para a obesidade.
Além do tipo de alimentação, o comportamento na hora da refeição também influencia na qualidade e quantidade ingeridos. Comer sozinho, sentado em frente às telas, andando na rua, com pressa, pode levar a um consumo em maior quantidade e pior qualidade dos alimentos.
Já é de conhecimento também da maioria das pessoas que, uma dieta rica em frutas, verduras, grãos integrais está associada a efeitos benéficos na circunferência abdominal, pressão arterial, triglicerídeos, colesterol, prevenindo doenças cardiovasculares, cancerígenas, neurodegenerativas e diminuindo a mortalidade.
Consequências
A obesidade apresenta inúmeras complicações, e, de acordo com a tendência individual, o obeso está mais propenso a desenvolver problemas tais como: a
- Diabetes mellitus tipo 2,
- refluxo gastroesofágico
- dislipidemias,
- hipertensão arterial sistêmica,
- alguns tipos de câncer,
- doenças osteoarticulares e
- doenças psico-neurológicas.
Qual o tratamento para a obesidade?
O tratamento da obesidade é multidisciplinar, pois é uma doença crônica e com capacidade de recorrência. Não há cura, mas controle.
O objetivo do tratamento é a perda de peso, sem parâmetros estéticos, mas também atuando na prevenção e controle das doenças associadas. Atingindo uma melhor qualidade de vida com a persistência na mudança do estilo de vida.
O tratamento está baseado em dieta, atividade física e mudanças comportamentais. Pode ser auxiliado com medicamentos específicos, como a sibutramina, orlistate, liraglutida.
Podendo haver associação com antidepressivos (ex. fluoxetina, bupropiona), anticonvulsivante (topiramato) e antidiabético (metformina). Sempre com a supervisão e acompanhamento médico, nutricional , psicológico e educador físico.
Quando as medidas clínicas não resultam em perda de peso efetiva e mantida em obesos mórbidos ou graves, deve ser considerado o tratamento cirúrgico.
Quais os tipos de cirurgia bariátrica?
Existem várias técnicas cirúrgicas para o tratamento da obesidade . Atualmente, as técnicas mais utilizadas são as seguintes:
- Bypass gástrico em Y de Roux: reduz o tamanho do estômago e associa um desvio intestinal, teremos um componente restritivo e dissabsortivo conjuntamente.
- Gastrectomia vertical: também conhecida por “Sleeve”, a gastrectomia vertical reduz o tamanho do estômago e não há desvio do intestino.
Lembrando que nas duas técnicas ocorrerá efeitos metabólicos ou hormonais atuando para redução peso e controle das comorbidades, principalmente na Diabetes Mellitus tipo 2.
A adequada seleção dos elegíveis ao tratamento cirúrgico da obesidade em todas as fases é baseada em equipe multidisciplinar, com profissionais da endocrinologia, clínica médica, nutrição, psicologia, fisioterapia, enfermagem e por último o cirurgião do aparelho digestivo – bariátrico.
Dessa forma, busca-se de forma completa , avaliar, selecionar, preparar, informar, conscientizar esses pacientes com a doença obesidade, sobre o tratamento cirúrgico que se pretende realizar e a perspectiva do resultado.
Com isso, reduzimos a morbi-mortalidade do tratamento cirúrgico. Almeja -se alcançar no longo prazo o controle da obesidade, das doenças associadas, com consequente melhora da qualidade de vida e ganho em tempo de vida.
Importante ressaltar que a determinação da técnica cirúrgica mais indicada vai depender de uma avaliação meticulosa do seu médico cirurgião.
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Os nossos especialistas possuem grande experiência em diagnosticar e tratar quadros relacionados à obesidade.
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